quinta-feira, 1 de maio de 2008

O começo

O infinito com seus anjos compactuaram que eu e a Vic nos conhecêssemos em uma situação inusitada não só por sermos de estados da federação diferentes como em um momento digamos trágico que após os ânimos se amainarem tornou-se até cômico.
Somos os dois Bacharéis em Direito, advogados hoje juristas exercendo funções publicas próprias da carreira jurídica quando em um belo dia nos encontramos pelas cruzadas entre o bem e o mal nesse maniqueísmo que é a vida em si.
Bem, estávamos nos dois do lado dos moçinhos alias éramos os moçinhos naquele dia esperando “alguém” sem saber que seria a “Dra.” honestamente pensei que era o “Dr.”, mas graças a Deus foi realmente a “Dra.” e deste tumultuado conhecimento sem apresentações e formalidades burocráticas passamos a saber quem era quem, quem fazia o que, quem conduzia o qual.
Havia saído por alguns minutos de onde eu deveria estar e a “Dra.” ao chegar não me encontrou onde verdadeiramente, ou seja, por obrigação eu teria que permanecer uma vez que havia a confirmação de sua chegada teria que ser exclusivamente este bacharel quem deveria tê-la esperado a culpa exclusiva do incidente foi de minha responsabilidade e de toda a confusão, a “Dra.” preocupada, perplexa saiu do interior do prédio onde eu deveria estar e foi sentar-se junto a mim sem saber que realmente eu era o “Dr.” Que ela tanto almejava encontrar-se...
Seu objetivo? Entregar-me uma perigosa encomenda, retornando de imediato ao seu local de origem.
Bem, foi assim que a conheci estava sentando em um banco de jardim, em frente ao prédio que trabalho em uma sombra de uma arvore secular, com uma temperatura de +40° lendo um jornal de terno e gravata negros com óculos escuros quando a vi pela primeira vez, não nego tomei um susto era uma mulher alta, forte, ágil em media mais ou menos 1.85cm, intensa porem extremamente feminina, tbm toda de negro, óculos tbm escuros cabelos escuros com luzes douradas andando com uma rapidez enérgica pisando forte como se fosse para uma revolução ou uma guerra. Entrou sem causar alarde no aludido prédio onde trabalho, demorou alguns minutos e saiu feito um furacão. Retornou de onde havia saído e mais uma vez regressou e ficou parada por alguns instantes demonstrando impaciência. Veio na minha direção pediu-me cortesmente licença sentou-se ao meu lado, retirou os óculos escuros mostrando os belos olhos cor de mel e com uma boca carnuda, vermelha, linda, sorriu de desapontamento e começamos a conversa, aquela conversa sem graça só para puxar assunto e o tempo passar com mais rapidez. Após o rápido desabafo daquela fêmea enlouquecida pelo ódio da decepção e meu poder de observação dedutivo mesmo embotado com sua avassaladora presença conclui que era a “Dra.” que eu estava esperando como se fosse o “Dr.” e eu era o “Dr.” que ela tbm estava avidamente querendo encontrar.
Que susto para nos dois ELA branca, alva como uma européia, rubra em um misto de vergonha e fúria por haver pronunciado algumas palavras que não foram proferidas com a elegância digna da dama de negro do século 21 que se encontrava na minha frente.As rudes palavras ditas por uma “Dra.” a um “Dr.” provocaram um intenso gaguejar naquelas circunstâncias que não sabemos mesmo o que dizer e o que falar pq o pior já foi externado e consertar o que foi duramente pronunciado torna-se completamente impossível.
Nesse momento notei com toda a minha habilidade a menina que existia naquela mulher com porte de RAINHA que só com os olhos demonstrava a obstinação que só os heróis possuem de cumprir o acordado e o aprazado, ou seja, ELA era a personificação da força em forma de energia que com a mesma proporção demonstrou humildade ficando de pronto envergonhada, ruborizada e balbuciando pessimamente as palavras pedindo-me desculpas.
Nesse exato instante um grande amor começou que foi vivido em toda a sua intensidade. Vic despertou tudo que um dia reneguei, que não acreditei que existia, fez-me extremamente feliz compartilhando, dividindo segredos que até então eu classificava como obscenidades doentias. Foi muito difícil retirar o que se encontrar arraigado dentro do meu próprio eu e trocar o preconceito pelo conceito verdadeiro deixando-me ser conduzido e levado diante de um universo nunca dantes visitado com o intuito de refletir e pensar o quanto é diferente o “achar” sem ter a menor noção do real saber.
Vic apareceu na minha vida em um momento crucial de busca, de negativas existenciais e de uma enorme necessidade de conhecer o “novo” não um “novo” dantesco, totalitário, inibidor, compulsivo ou conclusivo, mas um “novo” do “bem” que me trouxesse novamente a vida em ebulição, com felicidade de uma forma não estereotipada ou pré-concebida, concluindo precisava ser feliz, muito feliz, retornar a vida, arriscar fazer loucuras por amor de amor para o meu amor em favor de um “nosso” amor.Vic me resgatou de uma vida tépida, cálida, morna, desprovida de paixão.
Convidei-a para irmos ao meu gabinete e no gélido ar condicionado poderíamos conversar de forma mais confortável e só ai tirei meus óculos escuros e li nos olhos dela o deslumbramento diante dos meus olhos verdes e vi o primeiro sorriso aberto, maroto, matreiro solidamente comportado que brotou em seus lábios sensuais que são mais belos que uma escultura.- Doutor, permita-me um comentário ...são mais bonitos que duas esmeraldas, que olhos lindos !!! disse-me ela.
Hoje com o passar dos anos e de tudo que vivemos sei que foi aí o momento mágico quando nossos olhos se cruzaram e levamos alguns segundos olhando cada um dentro da alma do outro como se nos apresentássemos avaliando-nos. Após tudo isso era um homem apaixonado por uma “Dra.” que esperava ser um “Dr.” que a única coisa que tinha conhecimento era função que ela desempenhava, que era corajosa pela missão bravamente desempenhada, que tinha os olhos da menina mais sapeca que eu já havia visto e a boca mais linda e perfeita que um homem pode sonhar beijar e os cabelos sedosos díspares dos cabelos grudados, armados, de escova ou sei mais o que... aonde um homem não pode tocar muito menos acarinhar, pois se transformam em algo disforme e feio por uma questão obvia de ser artificial.
Meu deus só ai pensei estou diante de uma verdadeira guerreira Uma guerreira bahiana, o andar era diferente, o sotaque era musica afinadíssima aos meus ouvidos. Pronto vou arriar minhas armas, abrir minha guarda, fazê-la ficar a vontade e esquecer “duas palavras feias” pronunciadas por esse tipo de mulheres aguerridas que sabem muito bem o que querem.
“ELA” como boa bahiana e excelente negociadora abandonando a beligerância proeminente de sua essência aceitou meu solícito convite para um almoço. A conduzi já considerando MINHA GUERREIRA a um hotel juntamente com sua comitiva.
Após uma hora fui buscá-la para juntos irmos a um pacifico restaurante. E ai sim, que obtive a mais completa absoluta das certezas que Vic até então uma “Dra.” e que eu esperava um “Dr.” era a mulher que eu amaria por toda a minha existência.

Um comentário:

luba disse...

Caramba, que lindo.

E merecido. Sim, ela é linda. Uma beleza que emana da alma...

Merecida homenagem...