sexta-feira, 2 de maio de 2008

Surto de Imbecilidade com Diarreia Cerebral


O coordenador do curso de medicina da Universidade Federal da Bahia (Ufba), o professor Antonio Natalino Manta Dantas, responsabilizou os alunos do curso pela baixa nota atingida no Exame Nacional de Desempenho de Estudantes (Enade) de 2007. Para ele, as notas se devem à inferioridade intelectual dos alunos de medicina da Ufba. O resultado ruim é por causa do "baixo coeficiente de inteligência (QI) dos alunos", disse. Em entrevista ao jornal 'Folha de S.Paulo' desta quarta-feira (30), Dantas, que é baiano, disse também que "O baiano toca berimbau porque só tem uma corda. Se tivesse mais [cordas], não conseguiria".


"A posição dele é totalmente preconceituosa, reacionária. No curso de medicina da UFBA não há ninguém despreparado, muito pelo contrário, os alunos estudam muito. Claro que a faculdade tem vários problemas, como todas têm, mas a posição do coordenador é absurda", disse Vilas Boas.


"Deve haver uma inferioridade do alunado baiano com relação ao de outros lugares", afirma. "Talvez o baiano tenha déficits com relação a outras populações. Afinal, a prova foi à mesma em todo o País." O Ministério Público Federal (MPF) da Bahia já instaurou procedimento administrativo para apurar a suposta discriminação do coordenador.


Dantas, que é baiano, citou que tal inferioridade de inteligência justificaria, entre outras coisas, o baixo desenvolvimento sócio-econômico do Estado, "apesar das grandes riquezas naturais", a popularidade do berimbau, "o típico instrumento de quem tem poucos neurônios", e a música de grupos tradicionais, como o Olodum, que ele qualificou como "barulho".


As afirmações causaram reações imediatas. O reitor da universidade, Naomar de Almeida, afirma estar indignado com as declarações, que considera "racistas e ignorantes", e promete atitudes imediatas contra o professor. "Esse professor não tem condições de continuar na função", afirma. Para o presidente do grupo Olodum, João Jorge Rodrigues, Dantas pode ser comparado a Hitler.


A ação administrativa do MPF vai investigar a suposta discriminação "racial ou de procedência" do coordenador. O procedimento foi instaurado pelo procurador Vladimir Aras, da Procuradoria Regional dos Direitos do Cidadão), ligada ao MPF. Ele também solicitou oficialmente informações da Reitoria da universidade sobre as providências que adotará em relação às declarações. "Como professor e coordenador do curso da UFBA, Dantas possui uma função pública e está sujeito à lei de improbidade administrativa na hipótese de dano moral difuso", afirma o procurador.
Segundo Vilas Boas, parte dos alunos de medicina boicotou a prova do Enade por não concordar com a metodologia.



Jaques Wagner o governador da Bahia considerou as declarações de Antonio Natalino Manta Dantas como um surto de imbecilidade.




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